Há tempos venho matutando a respeito deste velho assunto, sempre em pauta nas “rodas gamers”. Seria o PC uma plataforma de jogos fadada a um rápido e triste fim? Estaria a plataforma caminhando para um lento declínio? Ou a plataforma será sempre viável para desenvolvedores, distribuidoras e gamers, mantendo assim seu espaço na indústria de games?
Muito apropriadamente, Fredrik Wester, CEO de uma publisher cujo primeiro nome, traduzido, é “Paradoxo”, a Paradox Interactive, comentou a este respeito durante a Paradox Interactive Convention:
“Em 2001 todos diziam que o mercado de games hardcore estava morrendo. Naquele mesmo ano, entretanto, lançamos Europa Universalis – um grande e hardcore game de estratégia e uma nova franquia – e vendemos 250 mil“. Wester continua: “Em 2003 o rumor era de que o mercado de games para PC estava morrendo e que os varejistas não tinham mais nenhum espaço para nós. Nossa receita subiu mais de 1000% desde então, entretanto.”
Wester ainda menciona a expansão da Paradox, em 2006, para 5 novos países, em um ano em que todos achavam que existiam muitas distribuidoras de games no mercado. Aparentemente, Wester e a Paradox como um todo não prestam muita atenção a estas “coisas negativas”, conforme ele mesmo deixa bem claro, e a empresa agora pretende expandir seus negócios para MMO’s e games free-to-play.
É interessante o fato desta questão da “morte do PC para os games” já estar em pauta há cerca de 10 anos, e mais interessante ainda, e digno de nota, é o fato dos PC’s terem mantido sempre o seu espaço, mesmo com todos os percalços pelos quais muitas vezes passaram e ainda passam aqueles que escolhem, por qualquer razão que seja, jogar seu game preferido no computador.
Prova desta “saúde” é o fato da Paradox ser uma distribuidora exclusivamente focada em títulos de estratégia, simuladores, RPG’s e similares, salvo algumas excessões. A empresa acaba de lançar pacotes de expansão enormes para diversos de seus títulos, como por exemplo King Arthur, Majesty 2 e Europa Universalis III. Este foco, e o sucesso obtido, em games que fogem ao senso comum de que somente FPS’s e similares atingem a fama e o sucesso são dados muito interessantes quando observamos o mercado de games para PC.
É claro que, seja devido à pirataria, seja devido a outros fatores quaisquer, o PC gamer ainda sofre muito com DRM’s, atrasos e coisas do tipo. Mas ao mesmo tempo em que existe sofrimento, ainda existem games exclusivos para PC (Oh, felicidade 🙂 ), e neste quesito muitas vezes os indie games representam papel fundamental. Muitas vezes, também, observamos games migrando do PC para os consoles, como And Yet It Moves, por exemplo, recentemente lançado na WiiWare, ou vice-versa, como o fenomenal Braid, de Jonathan Blow.
Isto mostra que todas as plataformas atuais podem conviver em harmonia, e se gente do “calibre” de um Fredrik Wester ou um Gabe Newell mostram extremo otimismo em relação ao PC, que podemos fazer a não ser concordar e comemorar? De todas as plataformas para games existentes, o PC é a mais democrática existente. Pode, dependendo do caso, não ser a mais barata, mas é a que oferece, por exemplo, mais chances para que um desenvolvedor anônimo se torne conhecido e faça muito sucesso com um novo game.
Basta olharmos para todo o “barulho” em torno do indie game Minecraft, verdadeira obra prima que vende muito bem e que mostra a todos os instantes que seu desenvolvedor ainda possui “muitas balas na agulha”. O PC é a casa dos games de estratégia, dos melhores RPG’s e dos simuladores. Títulos muito apreciados pelos jogadores hardcore, mas nem por isto somente a eles restritos.
Indie games casuais fazem muito sucesso no PC. Muitas vezes antes de chegarem a outras plataformas. Creio que a continuidade do PC como plataforma de jogos é mais uma necessidade do que qualquer outra coisa. Qualquer dono de um PC rodando Windows, mesmo que não possua uma máquina potente, vai querer, hora ou outra, jogar algum game, nem que seja um game casual. Muitas vezes, esta pessoa pode nem possuir condições financeiras para comprar um dos consoles de última geração, o que a excluiria, não fosse o PC, do “mercado de jogos”. E neste “nicho”, existem centenas, senão milhares, de games que rodam em máquinas que nem precisam possuir uma placa de vídeo dedicada.
A versatilidade do PC também deve ser levada em conta, sendo que ele pode, muitas vezes, ser uma verdadeira central multimídia, como outro dia apregoou Ballmer a respeito do Xbox 360. Não é nem questão de preferência, muitas vezes. Grande parte das vezes trata-se de questão de economia e praticidade. Por exemplo: Dead Space está sendo vendido no Steam por cerca de 10 dólares, atualmente. A versão deste game para consoles, em lojas nacionais, não sai por menos de 180 reais, e em lojas como a eStarland, por exemplo, ele custa em torno de 20 dólares. E vale lembrar que ao comprar a versão física para consoles em lojas internacionais você ainda corre o risco de ser taxado e de amargar um tempo de espera que pode chegar a mais de um mês.
Muito do que se fala atualmente a respeito do fim do PC enquanto plataforma de games pode ter origem na vontade das fabricantes de venderem mais consoles, e no desejo de grandes desenvolvedoras e distribuidoras em desenvolverem para estes, devido aos menores índices de pirataria, por exemplo (há controvérsias aqui, eu sei, mas tudo bem por enquanto). O PC sempre vai ser a “casa primária” de muitos games, gêneros e desenvolvedoras, como a Blizzard, por exemplo, mesmo com um possível rumor de um hipotético Diablo III para consoles ter circulado na internet há algum tempo atrás.
Enfim, vida longa ao PC para os gamers. Seja durante a atual geração de consoles, seja durante as próximas. E você, o que acha? 🙂
Fala aí Marcos!
Eu desejo sim vida longa ao PC como plataforma de jogos. Mas, particularmente, me “libertei” dela.
Sei que temos vantagens como Steam, preços arrasadores. Mas hoje, eu não troco o conforto de jogar no console. Sei que acaba saindo caro na questão da compra de jogos, mas eu meio que pago para ter essa tranquilidade. Chega de ter que ficar baixando patchs, drivers de vídeo, ficar tentando “calibrar” o jogo da melhor forma, ativando sombra aqui, desativando filtro alí…
Para mim, o PC continuará sendo uma Plataforma de vanguarda. Muita coisa boa começar no PC e, às vezes, poderá chegar nos consoles se fizer sucesso, como nos casos citados.
Não invisto mais em PC, porque o meu console aqui, eu sei que enquanto lançarem jogos para ele, ele vai rodar perfeitamente os games, seja com gráficos piores ou não. Já no PC, conforme passa o tempo, um ou outro jogo vai começar a dar lag, vou ter que ficar configurando vídeo, essas coisas… isso eu sinceramente não tenho mais a menor paciência.
Mas repito: vida longa aos PCs e aos PC Gamers! Pois querendo ou não, tem ainda muitos jogos que quero jogar no PC. KOTOR? DeusEX? Alguém? Alguém? 🙂
@FrankCastle,
Salve, Diego! 🙂
Então, cara, vida longa sim, e eu não me libertei…rsrsrsrsrs
Ainda mais com steam e a aplicação automática de patchs, etc. Ok que drivers de vídeo que precisam estar sempre atualizados, coisas como a PhysX, e similares, são um saco de se atualizar. Mas o PC ainda conta com a vantagem dos preços, muitas vezes, serem mais atrativos. Olha só: dentro do EA Download Manager (bug, ou sei lá o que), você compra Dead Space 2 por R$ 39,99 e ainda ganha um desconto de 50% para a próxima compra. Sei lá se é bug ou não, mas já aproveitei…rsrs
Olha, acredito que da forma como as coisas estão hoje, Windows 7, etc, está muito mais fácil. Dá pra jogar no PC e nos consoles, na boa. Também tenho um Xbox 360, gosto muito, mas confesso que já comprei muito lançamento pela comodidade de baixar na hora do lançamento, e pelo preço. Isso conta muito, pelo menos pra mim. O dia em que tivermos uma Xbox Live com Games on Demand liberado, e lançamentos simultâneos, talvez as coisas melhorem mais ainda.
É claro que tem a questão de que o PC demanda upgrades constantes, mas, isto também não é tão absurdo, dependendo do game que você queira jogar. E os games que você citou são muito bons, hein? hehehehehe
@Fefa,
É, Fefa, comodidade os consoles proporcionam, sim. Isto ninguém pode negar. Mas, sei lá: ficar de fora de um StarCraft II, ou de outros exclusivos pra PC, é dose…rsrs E muitos desses games não requerem uma super máquina pra rodar. Como eu estava dizendo ao Frank, o Steam ainda facilita muito, com as atualizações automáticas. Sei lá, PC pra mim é uma plataforma que não vai morrer nunca…rsrsrs
@diagoraz,
Você tocou em um ponto muito interessante, amigo, e eu sempre fico pensando: como será a próxima geração de consoles? Quanto custará um deles? O que eles oferecerão a mais, levando-se em consideração a atual? Gráficos melhores? Isto consegue-se hoje no PC, dependendo da configuração, e me lembro de ter lido há um tempo atrás (não me lembro quem foi que disse) que os PC’s estão um passo à frente da atual geração de consoles.
O fato é que, de repente, é muito mais “barato em termos” comprar um PC legal, pagando aí uns 1.500,00 e depois dar mais uma ajeitada gastando mais uns 500 ou um pouquinho mais, comprando uma placa de vídeo bacana, do que investir 2.000,00 em um console onde você, por exemplo, vai ter que pagar para obter algumas exclusividades. Não estou defendendo aqui o fim dos consoles, mas acho que consoles e PC’s podem coexistir numa boa. Se o Portal pra PS3 vai ser integrável ao Portal pra PC, por que não pensarmos adiante? 🙂
@Rafael Avelino,
Eu também jogo nos dois, cara…rsrsrsrs
Essa parte de atualização do hardware, por exemplo, é chata e cara. Mas tem lá suas compensações. É como você mesmo disse: tudo tem seus prós e contras. 🙂
Isso é embassado.
Eu vejo assim… PC é legal e tudo mais? É sim. Tem mta coisa legal de jogar no PC.
Mas sei la, meio que chega uma hora que não vai compensando mais. Pq cada vez mais, num espaço cada vez mais curto de tempo, vc tem que gastar mais ainda pra rodar aquele jogo lançamento.
compensa bem mais vc hj pagar sei la… 1,5K no maximo num console e jogar por mto tempo qualquer lançamento que sair do que ir gastando sei la, 300R$ de tempos em tempos pra fazer upgrade no PC. E ainda oq o Frank falou aí… é baixar driver, patch e etc…
É mais comodo mesmo ter um console.
Sou PC Gamer. Como vantagem, há o fato de que todo mundo hoje em dia precisa de um PC, então quem tem um pouco de conhecimento, acaba aliando necessidade e lazer. Outro ponto é o fato da indústria dos jogos vir impulsionando a constante evolução dos PCs, fato! PCs na minha opinião nunca estiveram por baixo. Os consoles vem tentando correr atrás faz tempo e só agora, na atual geração, alcançaram a alta resolução. As franquias exclusivas e a praticidade dos consoles, fizeram com que a balança se equilibrasse eu diria. O PC deixa cada vez mais de ser uma plataforma de jogo por meio de gambiarra. Já temos por ex. a padronização com o selo Games for Windows, o que de certa forma traz mais conforto a quem joga. Fico imaginando o custo dos consoles de próxima geração, já que os atuais mal conseguem manter 30 frames/s à 720p ;/ Então acho que o desenvolvimento dos consoles teve seu ápice nessa geração. Realmente um salto, mas que na próxima geração não conseguirá se manter. A evolução será menor, assim como as vendas. O PC finalmente se estabelecerá como a plataforma definitiva, uma vez que os preços dos consoles tende a subir e o dos PCs cair. Consoles sempre existirão, mas acredito que as parcerias com os desenvolvedores cairão significativamente. Eu espero ;D
é complicado o pc por causa do que todos falam,quando sai um jogo novo é bem difícil com sua placa mãe atual rodar o jogo suave…
Já no console não tem essa preocupação,porém prefiro os dois!!hehehe
Joguei Resident 5 quase que suave,finalizei e se tivesse um console não compraria este jogo…
Agora por exemplo futebol winning eleven é melhor tirar um contra com os amigos no console….
Todos tem suas vantagens e desvantagens,mas o que complica é o dinheiro mesmo,porque se fosse montado na rana não teria nenhum contra!!kkkkkk
abraço!
Vida longa aos PCs! Sou pc gamer de paixão 🙂
@Erick,
Também adoro jogar no PC…rsrsrs 😀